Dando prosseguimento ao conto gótico, surge dois novos personagens. Danko e Akiko, provincias totalmente diferentes de Raphael e Dannyela, assim como em períodos diferentes.
Em Alguma Reencarnação Passada [ Parte 2/2 ]Danko é um rapaz esbelto. Tinha 18 anos e gostava de praticar baseball, esporte mais praticado no Japão, em Tokyo, onde morava. Fazia exercícios físicos todos os dias e estudava biologia por conta própria 4 vezes por semana, mesmo tendo terminado os estudos. Morava em um apartamento de classe, porém, trabalhava para um pequeno restaurante como entregador de Yakimeshi, para garantir seu dinheiro próprio e para evitar ao máximo pedir para seus pais.
Akiko, residente de Nagasaki, 19 anos, viajava com a família em Tokyo. Sempre acompanhada com sua mãe, perdera o pai quando havia 7 anos, que morreu em um naufrágio de um navio que partia para Londres. Tivera que deixar seu cão em casa, visto que em algumas ruas de Tokyo não era permitida a circulação de animais.
O sol estava para se pôr e o turno de Danko estava para terminar, quando seu patrão lhe deu um serviço extra: Uma entrega em um hotel, à sete quarteirões de onde estava. Era meio maçante, pensou Danko... Mas poderia cobrar um extra também por isso.
Akiko, ainda de mãos dadas para sua mãe, tateava alguns objetos de porcelana em uma loja. Admirava o formato das peças. Sua mãe lógo lhe mandou esperar por um momento, pois iria até o carro para pegar o dinheiro restante ao vendedor.
As nuvens cobriram o céu e de repente não se pode mais ver o sol se pôr. Estava para cair uma tempestade, e Danko acelerava com sua moto para chegar ao seu destino antes da chuva, porém, não obteve sucesso. A chuva começou a arrastar tudo, e algumas lojas e tendas corriam para fechar mais cedo do que de costume. Seria impossível continuar, então, Danko estacionou sua moto no estacionamento de uma loja, próximo à um carro preto, e correu para dentro dela.
A Mãe de Akiko demorava demais. O que teria acontecido? Talves ela tivesse ficado dentro do carro, esperando a chuva passar. Afinal, o estacionamento ficava atrás da loja e ela se molharia toda. Mas duvidaria que deixaria a filha sozinha. Escutou o dono da loja bufando, dizendo que iria fechar a loja e que não iria abrigar ninguém nela. Logo começou a ficar preocupada.
Danko entrou na loja, um pouco molhado nos pés. Viu uma menina, de cabelos curtos, sentada em um sofá verde no canto da loja. O vendedor logo bufou por Danko ter entrado na loja molhado.
-- Saia logo daqui!! -- exclamou o vendedor -- Estou fechando a loja! E leve essa menina com você!
Danko pensou por um momento, mas não quis contrariar. Olhou para a menina, que estava de cabeça baixa, e perguntou:
-- Quem é você?
Não houve resposta.
Numa tentativa de tira-la logo de lá, Danko encostou a mão no ombro dela. Porém, ela a puxou com força e deu um soco enorme em seu rosto, o fazendo cair duro no chão. Um soco muito forte, para uma garota, pensou o vendedor.
No hotel, Akiko curava os ferimentos do olho de Danko com uma pomada. Ele estava acordando, e era quase dez horas da noite. Danko deu um salto:
-- Onde estou? -- exclamou Danko
-- Não se preocupe -- disse Akiko -- Eu te trouxe até onde estou hospedada. peço desculpas pelo soco. Eu não o vi
-- Mas por que você fez isso? Você não teve consciência? Queria apenas te ajudar!
A rudeza momentânea de Danko a assustou
-- Desculpe... pensei que era aquele cara do balcão que estava falando muito...
-- Podia ter me cegado!
Isso não deveria ter sido dito. Akiko começou a chorar.
-- Desculpe... eu não sabia... é que... -- deu uma longa pausa e disse -- eu sou cega.
Danko, nesse momento, sentiu algo em seu coração. Algo que nem mesmo o mais promissor dos poetas ou artistas poderia descrever, algo que talves contrariaria os princípios lógicos da filosofia: Já tinha visto essa cena antes. E de algum modo, se sentia culpado, não pelo que falara, mas por ela ser cega... Danko se sentiu culpado por ela ser cega. Um sentimento estranho, pois nunca vira Akiko em sua vida.
Por um momento, o espírito de Raphael emergiu no coração de Akiko. E a essência do espírito de Dannyela estava em seu corpo.
Poderia se dizer que um destino foi selado naquele momento. Raphael, naquela vida, não tivera a chance de demonstrar seus sentimentos para Dannyela. Lógo, parecia que nesta vida, poderia terminar o que começou. Akiko era a reencarnação de Raphael, que, por escassez de amor, não fora curado de sua cegueira, e Danko era a reencarnação de Dannyela, que teve a oportunidade de livrar Raphael da escuridão, e reencarnou para completar seu trabalho. Logo, os dois se juntaram, elevando-se em um belo romance.
Assim termina esse conto. Em um conto de fadas, poderia até dizer "...E eles viveram felizes para sempre". Como se trata de um conto gótico, diria "...e eles conseguiram completar o destino dado à eles".
[Fim]
Autor: Erick Faster
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