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Em Alguma Reencarnação Passada... [ Parte 1/2 ]


Se para um conto de fadas, inicia-se com um "era uma vez", como se iniciaria então um conto gótico?
Poderíamos adotar esse inicio como o título desta história, dividida em 2 partes, algo como:

Em Alguma Reencarnação Passada... [ Parte 1/2 ]

Na periferia da França, em uma pequena vila de nome não revelado, vivia um adolescente, de quinze anos, que sonhava em se tornar um escultor. Tinha talento, pois desde os seus cinco anos de idade, já modelava pequenos objetos e bonecos. Porém, tinha uma coisa um pouco fora do comum em suas criações: Elas sempre abusava das cores escuras. Um pequeno osso era moldado com massa de modelar de cor cinza, como em um filme preto-e-branco. Animais eram moldados como a noite em seu auge, com pequenos toques de cores da lua, mas sempre em sua maioria escura. O nome deste garoto era Raphael.
Seus pais, cristãos devotos, achavam que Raphael havia depressão em sua mente. Mais precisamente achavam que ele tinha Satanás em seu coração. Procuravam de todos os meios convence-lo a frequentar uma igreja. Não o obrigavam, mas jogavam forte pressão psicológica, o que o tornou cético em relação à igreja.
Raphael costumava expressar seus sentimentos em suas esculturas. Não chorava, mas expressava esse sentimento com a figura de um animal que jorrava lágrimas em breu. Não sorria, mas o expressava com figuras abstratas, com objetos rudimentares esculpidos de acordo com seu nivel de felicidade.

Num certo dia, à visão do pôr do sol, Raphael estava criando "São Jorge e o Dragão" em seu próprio estilo em pedra, quando se deu conta de que havia uma menina de cabelos ruivos que aparentava ter a mesma idade que ele o observando, sentada em um pequeno tronco de árvore cortada. Ela tinha o sorriso da lua que surgia sutilmente naquele momento.
-- Continue... está ficando bonito! -- disse a menina, com um largo sorriso, ao perceber que Raphael a notou ali, sentada.
Raphael voltou a esculpir, porém, havia perdido o foco. Não conseguia se concentrar. A menina era linda. Seus cabelos ruivos cintilavam em sua mente como o sol que ilumina onde há escuridão.
-- O que essa estátua significa? -- perguntou a menina, já se levantando.
Raphael deixou suas ferramentas ao lado e respondeu, com um tom calmo e baixo, não tão baixo a ponto de não espantar um pequeno pássaro que havia pousado ao seu lado:
-- Ainda não sei... Estou a pensar ainda...
Obviamente era mentira. Estava um pouco indignado com a imensidão do espaço e a impossibilidade de conhecer os seus limites, e expressava isso em seu "São Jorge e o Dragão", utilizando as mesmas cores escuras habituais. Estava na metade de sua criação, quando fora interrompido.
A menina deu um largo sorriso e respondeu:
-- Pois esta parece ser muito especial para você... seus olhos brilham!
"Brilham?", pensou Raphael. Era a primeira vez que alguém lhe havia dito isso. Talvez estivesse mudando algo em seu coração naquele momento. Se esse for o motivo, não seria "São Jorge e o Dragão" que fizera seus olhos iluminar.
-- Bom, tenho que ir... -- disse a menina, com um sorriso um pouco mais sutil -- mamãe não me deixa ficar fora à noite... -- e acrescentou -- meu nome é Danyella! Gostei de te conhecer! Talvez nos veremos outro dia!
E virou-se, lançando um adeus com as mãos. Sua silhueta sumia devagar pela pequena ruela que seguia.

Raphael tinha um novo sentimento. Quis expressa-lo em uma obra. No dia seguinte, passou a maior parte do tempo olhando para uma pequena rocha, imaginando como esculpiria esse sentimento. Por mais que pensasse, imaginasse ou tateava os pequenos tocos de pedras, não conseguia encontrar a escultura certa para sua expressão. Imaginava o largo sorriso de Danyella, seus cabelos brilhando em sintonia com a Lua, seu doce tom de voz ao dizer que seus olhos brilhavam... Nada, em seu mundo, estava conseguindo simbolizar essas memórias. E um mês se passou nessa procura. Não havia mais visto Danyella.
Raphael estava à beira do lago, quase à desistir, quando, ao anoitecer, o reflexo da lua batia na água do lago. Raphael olhou para o reflexo na água e a admirou por alguns tempos... logo, seus olhos brilhavam em sintonia com a Lua, o mesmo brilho que havia tido naquele dia com Danyella. O breu que havia em seu coração havia se dispersado, e imediatamente começou a esculpir sua obra, com uma característica a mais que diferenciava de suas outras obras: O brilho. Não um brilho qualquer, mas era algo que se poderia chamar de... amor. Queria presentear essa obra para Danyella.

Nesse mesmo dia, já teria se completado três semanas, desde que Danyella havia expirado de sua vida, após um acidente, quando fora atropelada por um motociclista desgovernado...

[ Continua~ ]
Autor: Erick Faster

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